NEGRO ROM

NEGRO ROM
INICIATIVA QUE RECONHECE A DIFERENÇA

terça-feira, 31 de março de 2009

Nossa Ligação

(A.Lessa)

O celular vibrou
E eu atendi
Crendo ser você
Já não agüentava mais esperar
Pra te ouvir
Dizer com a voz tão meiga:

“- Olá... Meu bem?
Eu te acordei?
Me desculpe pela hora...”

Mas a vibração agora
Atende ao meu chamado
É aprazível e alonga
Nossa ligação.

Mais uma pequena poesia de A.Lessa, essa também pode ser encontrada no livro "Negro Rom" (2005) - de Lessa e Alcantara.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Ser Sem Estar

(J.C.Alcantara)

Não diga adeus
Diga até já.
Vi que foste embora,
Mas sei que vais voltar
Sei o que quero
O que não quero um dia saberei.
Maldita hora que nosso amor morreu.
Não tenho pá pra enterrar o que sinto.
E, o que sinto, sei que existe
Pois o sinto.
Grandiosa pequenez do humano.
Você sai pela porta
E eu tento ver se dá para
Ser sem estar.

Mais uma bela poesia de J.C. Alcantara encontrada no livro "Negro Rom" (2005), de Alcantara e Lessa.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Futuro

(J.C.Alcantara)

“Não serei o poeta de um mundo caduco”
Nem falarei do passado
Não pensarei de forma cartesiana
Terei fé no não visto,
Ouvirei o que nunca foi dito
E só acreditarei, depositando plena confiança
Com minha capacidade de raciocínio,
Em tudo o que não existe.
Ainda...

Seguirei relativizando
Pregando as boas novas
De um mundo melhor
Ensinando quem quiser aprender
Os dez mandamentos de uma ecologia humana
De Einstein a Capra, De Freire a Morin
O tempo é minha matéria
Mas não o tempo presente, newtoniano
Meu tempo é o tempo futuro,
Livre, leve e solto
Que corre pra frente e para trás
Em ondas e em partículas
Ao mesmo tempo...

Serei um poeta de um mundo novo,
Verdadeiramente admirável.
De um governo que será capaz de arruinar
Os que arruínam a Terra
De reis incapazes de sugar a alma do planeta
Por dinheiro ou vintém
O poeta de um mundo que é para todos
Ou para ninguém
Cantarei canções de Pessoa
E refrões das folhas da relva
Ao esperar uma nova consciência planetária
Junto com a inclusão de todos os entes
Surgirem do ventre do super-homem
E do João-ninguém...

Terei a cada dia que passa
Mais fé no futuro
No tempo futuro,
No homem futuro,
Na vida que ainda vem.
A verdadeira vida que em tudo é diferente
Da vida que a gente tem
Pois, o tempo é minha matéria,
O tempo futuro...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Palavras Inexistentes

(J.C.Alcantara)

Eu nunca vou ser completamente feliz.
Sinto muito por mim mesmo.
Sei o que quero,
Mas o que quero ninguém sabe
E eu não quero contar.
Sei com um saber profundo
As respostas de perguntas
Simples e complicadas.
Sei que tudo e nada se confundem
Mas, se tento explicar,
Encontro muito poucas palavras,
Ou palavras que não deveriam existir.
As mulheres continuam atrás de sentimentos.
Os homens de verdade continuam em extinção.
Há quem pense que, na verdade, nunca existiram.
Sei com um saber profundo
Tudo o que não existe neste mundo,
E é justamente disto que precisamos.
Eu nunca vou ser completamente feliz.
Sinto muito por mim mesmo,
E pelo mundo inteiro.
Eu o perdi, mas
Ele também me perdeu.
Sei o que devo dizer,
Mas se eu disser ninguém vai querer ouvir
E, como não faz sentido
Ficar falando sozinho,
Me calo.

Extraído do livro Negro Rom, de J.C. Alcantara e A. Lessa.

Bem-vindos!!

Bem-vindos ao blog “Secretistas e Suas Timidezes”!


Esse espaço surgiu com o objetivo de organizar uma mórbida investigação, cuja primeira parte será publicada nessa sexta-feira. Contudo, assim como eu, há outros secretistas ávidos pela publicação de suas idéias. Fazendo isso da forma mais pura, a artística, só esperamos duas coisas: meditação e pouca explicação.


Observação importante: todo o conteúdo deste blog está protegido pela Lei de Direitos Autorais (Lei 9610 de 19/02/1998). Os autores permitem que as publicações sejam utilizadas se devidamente creditadas. Em suma: Credite antes de usar.


Abraço a todos!