NEGRO ROM

NEGRO ROM
INICIATIVA QUE RECONHECE A DIFERENÇA

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Epopéia

(J.C.Alcantara)

Mi, quando eu me for,
Fui.
Dou uma passada
Na sua casa, casada.
Um beijo, um abraço, um tchau,
Fui.

Passo na casa do Zequinha,
"-Zeca, queria fazer uma pergunta:
A gente termina o alicerce
Domingo?"
A paciência do fim de semana acaba,
Eu findo.

O Rogério foi pra enfermaria
A consciência tá me cobrando
Uma visita, e
Eu fazendo artesanato...
...Queria mesmo é terminar meu quadro,
Mas o Lessa disse apenas:
"-Zé, era azul da Prússia
Ao redor dos caquis."

E agora, José?
A light cortou a luz
Do fim do túnel.
O que falta é PAIXÃO,
Escrita assim mesmo,
Com maiúsculas.

Que dor!!!!!!
Como doi ver a Carla
Chorando por causa
Do Dente
E não fazer nada,
Pois, todo o mundo sabe
Que dor que doi mesmo
É a dor de consciência!

Querendo agradar a todos
Não agrado ninguém.
Ouço a voz do Vinicius,
Ledo engano,
O Vinicius não anda de trem.
Coitada da minha mamãe,
Nunca vai entender que
Chega uma hora
Que todo poeta fracassa
Se o amor não vem!

O ônibus tá chegando na Penha.
Olho pela janela
Enquanto as pessoas em pé nos pontos
passam.
Elas diriam, se me vissem, que
Quem passa sou eu.

Eu diria muitas coisas 'inda,
Se o que tenho a dizer
À professora
Não fosse atravancar o meu futuro,
Construindo no meio da minha sala
um muro, mas,
"Quem não tem nada a perder,
Não perde nada" - Diz o ditado.
Então pensarei duas vezes.
Uma vez, e mais outra 'inda,
Mas o que eu teria a perder,
Nem ganhei ainda.
Tô cansado de esperar a bonança,
Eu findo, minha paciência
Finda.

O camelô passa
Vendendo balas & bugigangas.
Eu compraria um ator,
Se ele me vendesse um papel,
Pois o meu está acabando.

Eu não me masturbo
Nem em pensamento!
Seria inércia dizer:
"O ônibus para, mas,
Eu sigo ao relento."

O Luan falou que "o cavalo é doce"
E que foi no parque sábado.
Todo sábado.
Todo dia é sábado.
Assim, meus olhos choram
Corações arrependidos.
Não tenho dinheiro direito
Pra comprar o que preciso.
Eu preciso apenas de
Coragem.

Mais cedo ou mais tarde
Vou ter de enfrentar a fera,
Não quero ver
Gaiolas na minha
Janela.

Mi, vou ter de sair,
Sumir por um tempo,
Pegar carona
Na mudança do vento.
Tô levando na bolsa
Seu beijo e alento.
E, no meu regresso,
Trarei muitos portentos.

Cheguei em casa cansado.
Tomar um banho é imperativo,
Descansar é cuidado.
Amanhã acordo cedo e
A luta recomeça outra vez.
Tem seu lugar
Confiado.

*O blog continua, um pouco devagar devido às dificuldades técnicas, mas continua. Em breve: capítulos inéditos de Edifício Brasil e Mórbida Investigação.

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